quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nunca fomos prisioneiros

A liberdade é sentimento cantado e ansiado por muitos. Por uns mais, outros menos...
Pelos presos nos presídios, pelos adolescentes que não podem fazer o que querem; pelos cônjuges que, num relacionamento sem saída, anseiam pela "liberdade" da solteirice; o estudante que quer férias e tempo pra brincar ou pra nada fazer.
Embora em teoria seja ser livre, não é tão simples assim não ficar preso a grilhões.
Liberdade pressupõe responsabilidade. Ué..., por que? Por que só podemos ser livres para fazer aquilo que quisermos e nos der na telha quando estivermos dispostos a respondermos pelas consequências que virão depois de cada feito nosso.
Liberdade pressupõe confiança. Sim, porque pra se fazer tudo que se quer é preciso conquistar confiança. Primeiro a autoconfiança, a autoestima, a fé que se tem a capacidade de se conseguir aquilo que se quer e, capacidade também de aceitar quando o desejo não chega. Sem ela não vamos nem ali na esquina. Depois partimos para conquistar a confiança das outras pessoas. E se você pensou em jeito com as palavras, habilidade com as pessoas, cuidado! Isso às vezes dá em enganação e desconfiança, não em liberdade.
É tão difícil ser livre porque, como diria um amigo meu chamado Bento José, nós queremos de fato é ser desonestos. Fazer as coisas, manobrar as regras e não sofrer as consequencias-isso te lembra algum lugar?
O problema-ou a solução, depende do ponto de vista- é que as regras estão bem aqui, escritas nas nossas cabecinhas. Delas não dá pra fugir. Ou vai me dizer que sua consciência não apita quando faz algo de não tão legal assim?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Quarta-feira

Finalmente acordei!
Antes que o dia se fosse,
Vi a luz da manhã
Como se animal diurno fosse.

A poeira da estrada foi sacudida
No balanço do ônibus.
Fui escondida,
Mas agora todos podem me ver.

Na luz do sol brilhei
Para derreter os flocos de gelo
Talvez os últimos da estação

O barulho do mar na Bacia das Moças
Despertou meus ouvidos
E o dia em mim chegou!


Epílogo

Quantos dias tem a semana?
Quantos dias eu te encontro?
Me perco e recomeço a conta,
E mesmo assim não a fecho.

Sempre fica a impressão
De que te vejo todo dia
Isso seria pura festa, alegria,
Mas minha memória me engana!

Sei que se você passa
E tudo passa atrás
Levado pelo ritmo dos seus passos.

É bom, é ruim? Vai saber...
Só os dias vão responder,
Trazendo e levando você...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Segunda-feira

Hora de acordar...
Hora de retornar da terra feérica
Hora de ver o sol brilhar!

Vai brilhar nas nossas ruas,
Vai trazendo a vida a elas
Enquanto as casas se espreguiçam
Do bom sonho que ainda embala a mente.

E eu olhando pela janela
Com um sorriso que é flor,
Expirando o perfume dele.

É rua quem traz esse perfume
Para ficar na memória guardado
Até poder te encontrar!


Terça-feira

Da memória dos dias
Tento lembrar da esperança
O sol que me banha quando sai
Me ajuda a procurar

O seu perfume às vezes me atrapalha
Empatando a minha busca,
Às vezes me ajuda
Me ajudando a respirar

E a luz me guia pelo caminho
Que eu sigo sem pestanejar
Sozinho...

A volta é bem leve
A memória da dias estava bem guardada
Mas eu soube procurar!

domingo, 17 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Sábado

A luminosidade deste sábado
Parece quem vem do norte
Anda forte e reflete
No espelho... de ar

Que a rua está quieta eu sei
Eu sei, as pessoas andam se escondendo, eu sinto
Que sou sincera, eu minto
Não quero ir pra lá

Quero e o dia não é diferente
Se pensar tudo é repetição
E isso não me faz contente

Torço para não me verem
Me esquecerem, para não me atarem!
Estou presa  e quero me libertar!


Domingo

O anúncio de hoje é alto, é claro!
O bebê batendo suas perninhas também o é!
Nos rostos, a boca enrrugada decreta,
Dias sem festa se anunciam.

Os confetes que ainda enfeitam a rua
O vento varre sem piedade.
E eu fico aqui, só na vontade
De que tudo amanheça diferente

Que a ordem natural se desordene,
Que Deus retifique a criação,
Que nada do que sabemos aconteça.

Que a alegria de nossos corações não saia
A celebração é a via da libertação
Vou dormir a sorrir!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Continuação...

Sexta- feira

O dia de horas trocadas
Cachorros latem na estrada
É sexta-feira
E ainda não dormi

O dia nasce
Azul a aurora
E o embaçado desta hora
Sonha nos meus olhos

Na rua vejo dois
E você que vem depois
Me sento cansada a contemplar

O sol não esquenta mais meus pés
E minha mão são meus olhos...
Eu ainda não acordei!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Quinta- feira

L'aprés- midi nublado
Noite céu estrelado
O dia começou tarde
À tarde, quando ninguém mais esperava

Esperança andava em toda parte
Vestiu-se alegre e foi brilhar
Desavisada foi passear
Seu sonhos em todo lugar

No caminho um carrancudo a esperava
A cara da decepção desenhava
A dor das desilusões apresentou

Esperança sem querer ver, viu
E sem querer se contaminou
Decepção seu brilho apagou

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Pátria cruel, quem te pariu?

Assistindo a um jornal de grande audiência na televisão aberta brasileira, soube que desde 2009 vinte e quatro mil estrangeiros foram admitidos no país. A maioria deles com diploma de ensino superior, contratados para trabalhar em postos ligados principalmeste à nossa mais nova estrela, que atende pelo nome de Pré- sal.
Pensei cá com meus botões: Crueldade... Durante anos negligenciamos/ignoramos a importância da educação. Não só a que forma profissionais, mas a que forma seres humanos autonômos. Nosso sistema educacional já foi usado como meio de reforço de exclusão, quando proibia- não explicitamente- crianças negras de ter acesso à educação nos idos do inicio do século XX; como meio de produção de mão de obra em massa e barata, quando se voltou para a educação técnico-industrial; e quando serviu como meio disseminador ideológico- político durante nossos vários períodos ditatoriais.
E agora que o país está em pleno crescimento econômico- Graças a Deus!!- os resultados do uso- mau uso, ou quiçá, uso nenhum- aparecem com esta cifra, com o crescimento do emprego informal e do subemprego.
A pergunta persiste: Quem te pariu?
Como não acredito e por tanto não professo para as entidades "sistema" e "sociedade", penso que nós, aqueles quem com muito sacrifício ou não, tivemos acesso a educação de fato, somos responsáveis quando votando, usamos apenas nossos interesses mesquinhos ou nossa preguiça de pensar para guiar nossas escolhas. Isso quando esses ingredientes não descambam no tal "jeitinho" e no pensamento do "todo mundo faz, porque eu não vou fazer? Não sou besta pra ser honesto...!
Será que não é mesmo...?