quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Tempo de mudanças

Nesses tempos em que umas coisas saem pela porta e outras tocam a campainha para entrar, o mais importante é não se deixar deslumbrar. Manter bem os pés nos chão, mas não tirar os olhos do que esta por vir. E, é claro, não deixar de sonhar. Por que o sonho é o combutível das grandes realizações de nossas vidas (que podem nos parecer pequenas à primeira vista).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Insólitas- cara de pau pouca é bobagem

Essas coisas só acontecem por aqui ou é impressão minha?
Estava eu a fila da padaria, tranquila e despreocupada quando, eis que de repente, não mais que de repente, se materialisa na minha frente uma mulher. Não, não era idosa, por tanto não era um caso de prioridade. Era falta de educação mesmo!
Olhei tão fixamente para ela, que acho que ela sentiu e virou-se para mim. E com um sorriso amarelo, querendo disfarçar, ela me mostrou o salgadinho em sua mão e me perguntou:
"Você já comeu?"
Ao que eu respondi mentalmente: "Cara de pau? Nunca experimentei!!"
Mas o que saiu da minha boca foi: "Não!"
Então, ela resolveu buscar um outro sabor e saiu da fila, logicamente me pedindo para guardar o lugar... dela!
A essas alturas, a fila já havia andado e eu já estava perto do caixa. A moça que estava na minha frente me cedeu a vez dela. Eu era a próxima a ser atendida.
Quando já havia posto minhas compras sobre a bancada, o exemplo de educação volta e, ao me ver já no caixa, gritou: É minha vez!
Neste momento eu fiquei surda. Julguei até ter ouvido algo longe...Mas não consegui identificar o que era. Passei minhas compras, paguei e fui embora. Antes de sair ainda ouvi nossa amiga desistir das compras, e deixar a moça que estava atrás de mim um tanto quanto confusa com sua atitude.
Mas como disse, havia ficado um pouco surda e escutava tudo muito, muito longe...

domingo, 8 de agosto de 2010

Graças a Deus, eu não visito a Bahia

Estava assistindo uma reportagem na TV sobre turismo na Bahia e, num dado momento em que o repórter falou sobre coisas das quais o turista não consegui fugir estando aqui, pensei:
"Graças a Deus não visito a Bahia!"
Não tenho que viajar de volta com aquele berimbau batendo na cabeça e nas pernas das pessoas no avião ou no busu de volta, nem voltar com braço recheado de fitas do Senhor do Bonfim, que insistem em amarrar nos braços até de quem não é turista. Haja pedido!
Também não tenho que levar aquela baianinha, uma gracinha, mas que vai ficar no armário, enchendo de poeira. E, se você tiver rinite isso não vai ser legal.
E a figa? Jesus, e a figa...
Tem que colocar no pescoço, ou tem que ir na carteira para dar boa sorte. Em tenho uma pendurada na parede da minha casa, que só é lembrada na hora de ser limpa. Como a pobre da baianinha.
E quando chove, o que é que turistas e baianos fazem?
Só quem nunca viu o mar- super compreensivel- pra ter animo de ir à praia no meio do temporal. Elas deviam ter uma porta de correr, daquelas mesmo de loja, com uma plaquinha:
"Só para fotos!" nesta época.
Mas porque eu disse Bahia, se estou na verdade falando de Salvador?
É que era assim que os antigos chamavam a nossa capital.
Minha bisa mesmo, quando vinha de Nossa Senhora do Monte, antigo distrito de Candeias, visitar a filha, minha avó e os netos e netas no bairro da Barra, sempre dizia: "Vou pra Bahia!"
Quem sabe numa dessas vezes ela não foi pra casa com um berimbau batendo na cabeça de alguém dentro do trem?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

30/07/2010

E a alegria de onde vem?
Vem da batida do tambor
Do toque visceral do agogô
Da vibração do couro do timbau na sua mão.
E onde ela chega?
No ouvido da plateia
Nas mãos que acompanham o xequerê
No quadril que teima em não parar de mexer
Nos olhos brilhando de contentamento, de prazer
E isso me dá a certeza
De que música é beleza
De que chega onde nenhuma palavra chega
E que se aconchega no ouvido d'alma
E a alegria de onde vem?
Vem da batida do tambor
Que acompanha o coração
Do agogô visceral que segui e vibra o chão
Da vibração do couro do timbau debaixo de sua mão

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Eu vi a liberdade...


Eu vi a liberdade...

E ela estava feliz, flutuando num mar de águas azuis.

E seu amigo, amor estava lá. A tinha levado pela mão para um passeio e sorria ao -la tão feliz.

Com seu belo sorriso a liberdade olhava o profundo céu azul e o brilho do sol nos seus olhos se refletia forte na superfície daquela massa de água.

Levada pelo amor, a liberdade se sentiu forte e nadou triunfante até onde pode. E esse lugar era onde ela quisesse, pois levada pelas mãos do amor, para ela não existem distâncias invensíveis, nem lugares inalcansáveis.

E todos ao redor se admiravam em ver a liberdade assim tão solta, tão leve pelo caminho das águas. Indo tão além do que normalmente todos conseguem ir. Perguntavam ao amor como ele havia conseguido fazer a liberdade ir tão longe.

Ele apenas sorriu e disse:

"Amando...

Amando!"



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Flores

Flores pra você que lembra
E pra você que esqueceu
Flores pra você que vive
Flores pra você que se escondeu
E pra quem chora flores
Flores pra quem sorri também
E mais delas pra quem, aos céus pedi
Flores nas mãos de quem quer bem.
Flores, flores, flores...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Presença

Sinto sua falta...
Não, não é carência. Tão pouco cobrança ciumenta e mimada de quem está acostumada a ser atendida nos mais ínfimos desejos.
Mas sua presença me faz tanto bem...
Olhar você ilumina o meu ser de tal forma que um dia sem ela produz um eclipse.
Sei que temos milhões de formas de nos comunicarmos. Fixo, celular... Mas ouvir a sua voz, acompanhada de suas expressões, dá um caráter todo especial aos nossos dialógos.
Nem me fale de SMS e MSN! Acabei de dizer que ouvir sua voz é, das minhas predileções, a mais querida.
Não sei se sentes assim saudades minhas...
Aprendi a lhe dar com o que sinto e a sentir mesmo sem saber se é recíproco. O mais importante é que sinto e digo.
Sua falta é sentida todas as horas do dia. Ele não para, mas fica incompleto. Fica incompleto sem você por perto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Democracia e patriotismo de contato


Democracia- Caldas Aulete: governo em que o povo exerce soberania.

Aurélio: Doutrina ou regime político baseado nos principos de soberania popular e

da distribuição equitativa do poder.

Quem foi que disse que, na democracia a maioria vence?

Em nenhuma definição que li para escrever esse texto li isso.

Ontem conversando com amigos em um bar da qui da cidade, me contaram que, durante o jogo da seleção durante a Copa, tentaram ir ao cinema e não conseguiram. Todos eles só teriam sessão a partir das 19hs. Isso quer dizer, depois do jogo.

Engraçado..., quer dizer que todos nós somos obrigados a gostar de futebol- que, aliais, eu adoro, que fique bem claro- e a assistir os jogos durante a Copa?

Sei que os funcionários das empresas têm também direito á assistir aos jogos, mas quem não gosta tem o direito de fazer outra coisa também.

Isso me fez lembrar a teoria de uma professora minha da faculdade, que diz que os brasileiros sofrem de uma coisa que se chama "patriotismo de contato". Segundo ela, essa síndrome se manisfesta somente em momentos de Copa e, levemente em Olimpíadas, fazendo com que, nós brasileiros, que nunca nos lembramos de o sermos nos momentos necessários- por exemplo, hora de escolher candidato nas eleições, ou zelar pelo patrimônio público- nos tornemos os seres mais nacionalistas da face da Terra. Ótimo se, como ela ressalta, isso não passasse no dia seguinte ao término dos jogos ou imediatamente após a eliminação da seleção da competição. Lembram daquela chuva de bandeiras num dos jogos das eliminatórias da Copa de 2002, quando a seleção perdeu um dos jogos, não?!

Então..., o Brasil é jogado fora assim todos os dias, pelo ralo de nosso desperdício, pela nossa mania de dar um "jeitinho" em tudo, com isso levando vantagem, e por outras tantas coisas que são do nosso mau hábito e que já nem percebemos mais.

"Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil" (Mario de Andrade em Macunaíma).

segunda-feira, 14 de junho de 2010

14/06/2010

Já não choro mais pelo improvável, pelo impossível...
Meus desejos são indomáveis, mas nem sempre se consegui exatamente o que se quer.
Parar de desejar?
Não posso!
Posso apenas desejar que o que for para o meu bem aconteça.
Meus olhos agora sorriem tristes a observar o improvável de perto, sem anseios, sem ressentimentos.
E sigo desejando- pois isso é do humano- que meus desejos ressoem por ai.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Insólitas - edição dia dos namorados

Quando um chinês olhar muito para você...
Isso aconteceu com minha mãe.
Ela estava em uma shopping aqui de Salvador, em uma de suas lojas de departamento, olhando distraidamente algumas panelas. Ela adora fazer isso. É seu esporte predileto.
Segundo ela, sentiu que alguém a olhava insistentemente, relutou em conferir e, quando o fez, viu que a sensação era provocada por um chinês que a fotografava do outra lado das estantes onde estavam as panelas. Segundo ela, o rapaz ficou muito feliz ao ver que ela havia notado sua presença e pôs-se em marcha em sua direção.
Minha mãe, que é desconfiada, ficou mais ainda ao perceber que ai vinha uma paquera. Teve até o impulso de correr, mas o rapaz chegou mais rápido que seus pensamentos e quando ela se deu conta ele estava ao seu lado.
Sem ter como fugir, ela se deixou ficar ali, a espera do que ia acontecer.
Então, ele com um galante sorriso nos lábios, segundo minha mãe, disse:
- Vai comprar panelas?
- Se vai comprar panelas tem que comprar comida! (Imaginem isso dito com o sotaque peculiar aos chineses que falam português).
Minha mãe, surpresa com a cantada, começou a rir e, não tendo outra alternativa, saiu da loja.

Quando Giannecchini olhar muito para você...
Uma amiga da minha vizinha entrou um dia no supermercado com outra amiga e notou que as pessoas estavam olhando muito para um homem que estava parado um pouco depois da entrada do supermercado. E, que este homem estava olhando e sorrindo para ela. E que ele era Reinaldo Giannecchini!
Obviamente ela ficou entusiasmadissima e queria ir lá para falar com ele. E as pessoas que passavam continuavam olhando admiradas para ele, que estava ali, parado na porta, com um sorriso nos lábios, paquerando a amiga da minha vizinha.
Ela futucou a amiga que estava com ela e disse, decidida: "Eu vou lá!"
A amiga acanhada: "Não vá, não!"
Ela, mais decidida ainda: "Eu vou sim!"
E foi.
Chegando mais perto, ela notou que havia algo estranho. Ele estava parado demais.
Foi ai, que a amiga que vinha logo atrás falou:
"E, menina...! É um boneco!"

E é assim que se paquera nessa cidade!

Uma sombrinha...

Eu tenho alguns bons amigos na faculdade onde estudo, com os quais não consigo mais me encontrar. Estágio, trabalho- porque nós precisamos ganhar dinheiro; as aulas da faculdade, tudo isso concorre para que não nos encontremos muito. Hoje, por uma dessas coincidências da vida duas deles e eu nos encontramos no ponto de ônibus, debaixo de uma sombrinha, sob um toró daqueles.
Conversamos como faziámos no inicio dos nossos cursos, alegre e ruidosamente sobre tudo que agora nos afligi e diverte. De casamento- uma delas já subiu ao altar, ao nossos históricos acadêmicos enlouquecidos, que não ficam certos por mais que tentemos, conversamos sobre muita coisa.
Lembramos das conversas no pátio, quando tinhámos preguiça de estudar, da viagem para o aniversário de Pri na ilha...
A alegria era tanta que as pessoas a nossa volta no ponto do ônibus olhavam para nós três sem parar. Segundo Pri, um rapaz chegoua se abaixar para ver o que de tão engraçado e interessante estava acontecendo debaixo daquela sombrinha.
A uma dada altura deste alegre encontro Iracema disse: "Eu jamais imaginaria encontrar vocês duas aqui, neste ponto de ônibus, debaixo de chuva e me divertir tanto debaixo dessa sombrinha."
Já dentro do ônibus me sentia tão feliz que dei razão a Iracema. Um momento que para nós parece besta, casual, corriqueiro foi capaz de fazer transbordar de alegria nossos corações.
Não precisamos pagar entrada, consumação mínima, nem marcarmos em um lugar especial para nos divertimos. Ali mesmo, naquele ponto de ônibus fizemos nossa fest.
Adriana...
Acho que comecei a entender!

sábado, 29 de maio de 2010

Silêncio


Aurélio: Estado de quem se cala; ausência de ruído; sossego, calma.

O mundo é cheio de barulho. E nós, pessoas barulhentas, precisamos de barulho até para dormir.

Somos movidos pelos sons inconstantes, de ondas irregulares que nós mesmos produzimos e que não são música. Longe disso.

O silêncio é a grande criação universal. É paz, é arte.

Ouvi os não pensamentos é essencial em um mundo onde o barulho nos separa de nós mesmos, que não nos deixa ouvir o som de nossas conciências, que tentam entrar em conexão direta com Deus.

Silêncio,

Deus nos fala assim...

Silêncio,

Da fala, sua voz quer ouvir...

Silêncio,

Tudo fala quando nada é dito.

Silêncio,

Quando tudo é sentido!

terça-feira, 18 de maio de 2010

18/05/2010

Para expressar preciso lápis e papel
Às vezes um pedaço de céu
Ou a pequena flor do caminho
Nas mãos, um gesto de carinho

Para falar, a voz
Ou apenas um pedaço de nós
Quem sabe apenas um olhar
Ou baste pensar

Para entender...
Bem para entender
É boa vontade
E, vai saber
Uma boa dose de coragem
E talvez um desejo enorme de ver
De sensibilizar
De afeto criar

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Os 8 do carro

Só com a gente mesmo...
Com mais ninguém!
Eu e meus amigos freqntamos um grupo de estudos aos domingos à tarde. Neste domingo, erámos poucos e, para voltarmos para casa, contavámos sete pessoas e- que os fiscais da Transalvador não leiam esse texto, Senhor- só um carro.
Cogitou-se, obviamente, a hipótese de dividirmos o grupo e uma parte voltar de ônibus, como na ida. Mas já era tarde o ponto de ônibus estava deserto e, como coração de mãe sempre cabe mais um...
Ai foi um aperta daqui, estida de cá, entra você agora, não que eu saltar primeiro e... Enfim... Luisa foi no colo de Ju, eu de lado, Leni no colo de Nai e Bruno, lépido e fagueiro na janela olhando a paisagem.
A uma dada altura Nai, revoltada com o ar de tranquilidade de Bruno, bradou aos quatro ventos:
- Bruno, ao menos finja que está sofrendo com a situação, porque eu não tenho mais pernas!
Bruno a olhar a paisagem estava, a olhar continuou.
E eu protestava ao lado:
- Ai!
Tiago perguntava:
- O que foi que eu fiz?
E eu consternada respondia:
- A curva, Tiago! Você fez a curva!
Enquanto toda essa confusão acontecia, Luisa, tranquila olhava o mar e os carros que passavam com seu olhar novidade típico das crianças.
Quando paramos no posto de abastecimento, fomos olhados com ar de "de onde veio esse povo?" por um motorista que estava estacionado ao lado e, segundo Tiago, o frentista demorou para nos atender porque estava esperando, gentilmente, que fizessemos a "vaquinha" para pagar o reabastecimento.
Foi uma alívio para todos quando eu e Nai pedimos o ponto- oh!, Desculpe!- quer dizer, saltamos do carro, deixando espaço para a respiração de todos e a livre circulação de nossas pernas.
Com certeza, elas gritaram de alegria.

A pedidos

Atendendo a inúmeros pedidos vindos de varios países do mundo está inaugurado o blog da Perigo.
Só para esclarecimento, Perigo era como me chamavam quando era criança.