domingo, 8 de agosto de 2010

Graças a Deus, eu não visito a Bahia

Estava assistindo uma reportagem na TV sobre turismo na Bahia e, num dado momento em que o repórter falou sobre coisas das quais o turista não consegui fugir estando aqui, pensei:
"Graças a Deus não visito a Bahia!"
Não tenho que viajar de volta com aquele berimbau batendo na cabeça e nas pernas das pessoas no avião ou no busu de volta, nem voltar com braço recheado de fitas do Senhor do Bonfim, que insistem em amarrar nos braços até de quem não é turista. Haja pedido!
Também não tenho que levar aquela baianinha, uma gracinha, mas que vai ficar no armário, enchendo de poeira. E, se você tiver rinite isso não vai ser legal.
E a figa? Jesus, e a figa...
Tem que colocar no pescoço, ou tem que ir na carteira para dar boa sorte. Em tenho uma pendurada na parede da minha casa, que só é lembrada na hora de ser limpa. Como a pobre da baianinha.
E quando chove, o que é que turistas e baianos fazem?
Só quem nunca viu o mar- super compreensivel- pra ter animo de ir à praia no meio do temporal. Elas deviam ter uma porta de correr, daquelas mesmo de loja, com uma plaquinha:
"Só para fotos!" nesta época.
Mas porque eu disse Bahia, se estou na verdade falando de Salvador?
É que era assim que os antigos chamavam a nossa capital.
Minha bisa mesmo, quando vinha de Nossa Senhora do Monte, antigo distrito de Candeias, visitar a filha, minha avó e os netos e netas no bairro da Barra, sempre dizia: "Vou pra Bahia!"
Quem sabe numa dessas vezes ela não foi pra casa com um berimbau batendo na cabeça de alguém dentro do trem?