sábado, 14 de janeiro de 2012

MINHA CASA, MEU MUSEU

Em um meio social cada vez mais consumista, onde trocar o guardarroupa e a decoração da casa de estação em estação se tonou algo quase obrigatório e a atualização dos itens eletrônicos uma necessidade, minha casa se tornou um santuário das antiguidades.
Meu guardarroupa (o móvel, não as roupas) mora conosco a exatos vinte e seis anos. Foi montado por minha mãe, minha tia e minha prima na barriga desta (o guardarroupa tem a idade dela, oh pra isso!!). Se bem que algumas roupas que eu uso são de quando eu tinha uns quinze, dezesseis...
As camas, igualmente antigas, se falassem contariam coisas do arco da velha!
O enxoval remonta do casamento de minha excelentíssima mãe, com uns adicionais dados por minha avó, mimos de família.
Na geladeira eu já guardei meus Yakuts, Dan'ups, e Danoninhos. Colei meus Ploc's  e Ping-pongs na porta pro dia seguinte (que nojo!!!). Gelei as Tubaínas, minha mãe guardou as Tupewares e as Zip's... E ela ainda está aqui, firme e forte nos seus 27 anos.E o gasto de energia é brutal. A natureza deve estar querendo nossa cabeça!!
E temos também o conjunto de mesa e quatro cadeiras, o armário da cozinha, o conjuntos de talheres, de pratos... Enfim! Eu não preciso visitar nenhum museu para estar entre antiguidades!!

sábado, 12 de novembro de 2011

13/11/2011

Nessa noite de plena lua, meu corpo pede entrega, transformação.
A terra fértil que é meu ser espera semente para transformar em fruto...
Fruto novo para um mundo antigo!
Mas não é dado a qualquer semeador semear esta terra.
É preciso confiança como rastelo, amor como arado!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ele...

Hoje ele vestiu suas melhores roupas,
Ajeitou os cabelos e veio me encontrar.
Estava decidido a me surpreender
Na primeira curva, na penumbra da praça...

E conseguiu!

E eu que tudo planejo
E que até gosto de surpresas
Desde que saiba que elas chegarão,
Recebi o bafejar de sua presença
E me enterneci com tanto amor
Que ele trouxe pra mim!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nunca fomos prisioneiros

A liberdade é sentimento cantado e ansiado por muitos. Por uns mais, outros menos...
Pelos presos nos presídios, pelos adolescentes que não podem fazer o que querem; pelos cônjuges que, num relacionamento sem saída, anseiam pela "liberdade" da solteirice; o estudante que quer férias e tempo pra brincar ou pra nada fazer.
Embora em teoria seja ser livre, não é tão simples assim não ficar preso a grilhões.
Liberdade pressupõe responsabilidade. Ué..., por que? Por que só podemos ser livres para fazer aquilo que quisermos e nos der na telha quando estivermos dispostos a respondermos pelas consequências que virão depois de cada feito nosso.
Liberdade pressupõe confiança. Sim, porque pra se fazer tudo que se quer é preciso conquistar confiança. Primeiro a autoconfiança, a autoestima, a fé que se tem a capacidade de se conseguir aquilo que se quer e, capacidade também de aceitar quando o desejo não chega. Sem ela não vamos nem ali na esquina. Depois partimos para conquistar a confiança das outras pessoas. E se você pensou em jeito com as palavras, habilidade com as pessoas, cuidado! Isso às vezes dá em enganação e desconfiança, não em liberdade.
É tão difícil ser livre porque, como diria um amigo meu chamado Bento José, nós queremos de fato é ser desonestos. Fazer as coisas, manobrar as regras e não sofrer as consequencias-isso te lembra algum lugar?
O problema-ou a solução, depende do ponto de vista- é que as regras estão bem aqui, escritas nas nossas cabecinhas. Delas não dá pra fugir. Ou vai me dizer que sua consciência não apita quando faz algo de não tão legal assim?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Quarta-feira

Finalmente acordei!
Antes que o dia se fosse,
Vi a luz da manhã
Como se animal diurno fosse.

A poeira da estrada foi sacudida
No balanço do ônibus.
Fui escondida,
Mas agora todos podem me ver.

Na luz do sol brilhei
Para derreter os flocos de gelo
Talvez os últimos da estação

O barulho do mar na Bacia das Moças
Despertou meus ouvidos
E o dia em mim chegou!


Epílogo

Quantos dias tem a semana?
Quantos dias eu te encontro?
Me perco e recomeço a conta,
E mesmo assim não a fecho.

Sempre fica a impressão
De que te vejo todo dia
Isso seria pura festa, alegria,
Mas minha memória me engana!

Sei que se você passa
E tudo passa atrás
Levado pelo ritmo dos seus passos.

É bom, é ruim? Vai saber...
Só os dias vão responder,
Trazendo e levando você...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Segunda-feira

Hora de acordar...
Hora de retornar da terra feérica
Hora de ver o sol brilhar!

Vai brilhar nas nossas ruas,
Vai trazendo a vida a elas
Enquanto as casas se espreguiçam
Do bom sonho que ainda embala a mente.

E eu olhando pela janela
Com um sorriso que é flor,
Expirando o perfume dele.

É rua quem traz esse perfume
Para ficar na memória guardado
Até poder te encontrar!


Terça-feira

Da memória dos dias
Tento lembrar da esperança
O sol que me banha quando sai
Me ajuda a procurar

O seu perfume às vezes me atrapalha
Empatando a minha busca,
Às vezes me ajuda
Me ajudando a respirar

E a luz me guia pelo caminho
Que eu sigo sem pestanejar
Sozinho...

A volta é bem leve
A memória da dias estava bem guardada
Mas eu soube procurar!

domingo, 17 de julho de 2011

Livro dos Dias (título inspirado em "Livro das mágoas" de Flor Bela Espanca)

Sábado

A luminosidade deste sábado
Parece quem vem do norte
Anda forte e reflete
No espelho... de ar

Que a rua está quieta eu sei
Eu sei, as pessoas andam se escondendo, eu sinto
Que sou sincera, eu minto
Não quero ir pra lá

Quero e o dia não é diferente
Se pensar tudo é repetição
E isso não me faz contente

Torço para não me verem
Me esquecerem, para não me atarem!
Estou presa  e quero me libertar!


Domingo

O anúncio de hoje é alto, é claro!
O bebê batendo suas perninhas também o é!
Nos rostos, a boca enrrugada decreta,
Dias sem festa se anunciam.

Os confetes que ainda enfeitam a rua
O vento varre sem piedade.
E eu fico aqui, só na vontade
De que tudo amanheça diferente

Que a ordem natural se desordene,
Que Deus retifique a criação,
Que nada do que sabemos aconteça.

Que a alegria de nossos corações não saia
A celebração é a via da libertação
Vou dormir a sorrir!